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sábado, 11 de setembro de 2010

A Serpente


Assim que chegamos, fomos imediatamente instaladas em bangalôs bonitos e confortáveis. Escolhemos as camas e distribuímos nossas malas por todos os cantos do quarto. Mais uma vez estávamos juntas e animadas com o que nos esperava nesse encontro. O riso livre e o barulho de todas falando ao mesmo tempo emoldurava aquele dia de expectativas.

Procurei uma cama encostada na parede e sentei-me observando o movimento dentro e a natureza que revelava-se através da porta aberta.

De repente, custei a acreditar no que meus olhos viam, uma enorme cobra adentrava sorrateira e silenciosamente. Ela era grande, branca com desenhos vermelhos e de uma beleza exuberante .

Nunca imaginei que algum dia fosse me render à perfeição estética de um ofídio, mas aquilo estava acontecendo exatamente alí e parecia que ninguém via. Como não sentia medo cheguei a pensar que ela tinha me petrificado com seu olhar, embora ainda tenha conseguido avisar minhas amigas de sua presença. Imediatamente ela deslizou para debaixo de uma das camas e todas riam da minha possivel brincadeira.

Fui arrancada da hipnose e da dúvida de minha sanidade com o pouso de uma ave pernalta na cabeceira de uma das camas a me observar. Admiradíssima e intrigada minha atenção voltou-se novamente para a cobra que agora serpenteava na minha direção. Aproximou-se, subiu ao meu lado, abriu a boca evidenciando poderosas presas e de dentro de sua garganta saiu um clarão rápido e intenso.

Foi um susto tão grande que acordei.
Ruth Janiques

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