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sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Chave do Coração


Hoje, sábado, saí para almoçar com uma amiga querida num restaurante rústico super agradável com uma comida deliciosa. Além de alimentarmos nosso corpo (até demais!), nutrimos principalmente nossa alma com assuntos os mais diversificados, lembranças e aquilo que ainda queremos viver e aprender.

Como ela é educadora e eu tenho uma experiência de vinte anos em escola, trocamos muitas opiniões sobre esse tema que nos encanta, mas que também nos deixa perplexos diante de tantas situações delicadas vividas pelas famílias que influem diretamente no aprendizado dos filhos.

Vimos o quanto é importante o respeito à autoridade da escola e o reconhecimento dessa ordem que gera autonomia nos indivíduos, mas que atualmente essa hierarquia não anda sendo respeitada nem pelas famílias e muito menos pelos alunos, o que revela a distorção de valores que já ocorre dentro das relações familiares.

Os pais parecem que perderam a sua capacidade instintiva de educar e deixam que seus filhos ocupem o lugar que naturalmente pertencia a eles. Temem frustrar ou traumatizar e não entendem que estão formando homens e mulheres autoritários e prepotentes, incapazes de perdoar e principalmente amar.

Os filhos tornam-se maiores que seus pais e esquecem que serão sempre os pequenos nessa relação, mesmo quando crescem. E tornam-se adultos cegos, perdem a sensibilidade de honrar seus pais com tudo aquilo que eles puderam dar e também com aquilo que não conseguiram oferecer. Desprezam a capacidade de reconhecer o maior presente recebido através deles: a vida.

Só quando tomamos nossos pais é que nosso caminho torna-se sereno e belo. E tomar não é aceitar, mas é aquilo que tenho que me apropriar internamente, humildemente tal como é. Isso é reconciliador e dá paz.

O tão desejado equilíbrio nas famílias só será conseguido quando conseguirmos equilibrar o dar e o receber. Às vezes recebemos muito e sempre temos uma postura de cobrança, achando que merecíamos mais. Isso produz desarmonia, conflitos, emaranhamentos e trava nossas vidas em todos os aspectos.

O tempo urge e nos solicita que saiamos desse paradigma estreito, autoritário e que aproveitemos todos os momentos para aprendermos realmente a amar.

E como pais, que saibamos nos apossar de nosso verdadeiro lugar dentro da hierarquia e das ordens do amor dentro do sistema familiar.

Meu coração está aquecido pela oportunidade de um bom "papo" com minha amiga e principalmente por reflexões tão importantes para o caminho que estamos diariamente construindo.


2 comentários:

  1. Olá colega, a quanto tempo não nos vemos, não é verdade? Estou pensando em fazer um blog, não sei se sairá logo. Enfim, lembrei do seu fantástico blog, sempre com mensagens recheadas de boas reflexões, ai resolvi dá um passadinha. E logo nesse primeiro texto "A chave do coração" encontrei discussões que se fizeram presentes nessa minha semana, ADOREI!! Suas palavras têm força, luz própria. Até arrisco dizer que essa luz é de uma cor intensa,talvez azul, que por sua vez vem de uma estrelinha, seu nome? Ruth Janiques.

    Parabéns pelo texto! Abraços de saudade!

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  2. Caso fique em dúvida de qual Nayana é esse comentário. Sou a Nayana filha da sua amiga Ana Maria. beijocas.

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