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domingo, 13 de fevereiro de 2011

JOANA E ELISA LUCINDA

(foto da internet)

Joana, uma terapeuta artista, com uma brejeirice despretenciosa, iluminou de sol os textos da poetisa Elisa Lucinda, que eu já conhecia como atriz nas telas da televisão.

Conhecê-las através das palavras escritas da autora e da interpretação carregada de vida da terapeuta foi como envolver de fitas e balões coloridos aquele presente tão especial numa tarde de estudo.

Mapa da Mina

Na porta do hall que dá nos interiores do meu coração tem uma moça com uma lança na mão. Quem chega não pode entrar assim desastrado ter acesso ao palácio ao segredo diário ao doce difícil apiário de sua função Pode não. Na frente tem um jardim depois a sala de estar que é também a da espera. Lá tem um bar pra quem quiser beber tem até um "sumiê" que é de derreter a gente. ardente, lá tem instalado um ar-condicionado a arejar que é pra disfarçar a quentura que vem de dentro. Na divisa do corredor em cima do gongá tem um andor com uma guerreira treinada pra fazer alguns testes que é pra ver quem merece entrar conhecer, se esparramar. Tem teste de olhar Tem prova de fogo Tem prova real Tem a qualidade do jogo Tem argüição geral Tem fino escambau A moça não deixa entrar só passa quem exuberar fatal ou quem conseguir ousar dela escapar. Aquele que entrar há de tratar de não desarrumar a mesa posta a comida bem-feita a flor do jarro. Tudo é muito custoso por isso caro Tudo é pouco e virtuoso por isso cristal Tudo é garimpado e perseverante por isso diamante por isso avante mas não repuxe o tapete nem jogue cinzas no canto. O bem-vindo há que chegar e incensar. Se sair, que ao sair deixe tudo no lugar. Se ficar, há que construir mais uma sala, em vez de falas, nem que seja uma puxada lá atrás. Mas faça carinho nos móveis: lá tudo é vida ali tudo respira sangue e sentimento. Por isso a guerreira precisa barrar os nojentos os vampiros peçonhentos disfarçados de príncipes. Ó, é muito simples, como entrar numa floresta. Isso é aviso, é instrução isso é precaução de coração vivido onde tantas vezes o penetra deixou a porta aberta e destruição no rastro do tesão. Hoje, fruta esperta, protejo o quintal. E se faço esse escarcéu, na portaria não é nem por ser convencida, mulher superior rainha metida à beça ou raivosa cadela. Se faço isso e vivo na cautela, é que sou muito amiga dela. (Elisa Lucinda)

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